Dicas úteis para gerir o rendimento doméstico

Gestão do Rendimento

(doméstico)

Vamos aprender a gerir o nosso rendimento mensal

Dicas para gastar menos:

·       Nas compras

·       Na confeção das refeições

·       Nas opções de consumo

·       Aplicar a noção “Saber-fazer”

Reorganizar o Rendimento mensal

            No início do mês realize uma lista das despesas que prevê pagar/realizar. Ordene-as por data/ordem de pagamento.

            Só no final de redistribuído o rendimento mensal pelos créditos a pagar nesse mês. È possível guardar um pouco na sua poupança e talvez adquirir um pequeno miminho para si.

            A lista deverá incluir:

                        Pagamento da renda da casa

                        Pagamento de empréstimos ao banco

                        Pagamento das despesas correntes (luz, água, telefone, Internet, seguros etc.)

                        Pagamento com despesas associadas à educação dos filhos: ATL, centros de estudo, explicador, conservatórios, etc.

                        Aquisição de alimentos e artigos de higiene e limpeza.

                        Outros que considere importantes.

            Estas despesas devem ser analisadas cuidadosamente. Verifique se são realmente necessárias. Se sim tente renegociar com os credores a possibilidade de diminuir o montante a pagar ou aumentar o período de pagamento. Se não são estritamente necessárias elimine-as.

A - Como gastar menos nas compras:

1.º Preparar a lista de compras antecipadamente

·         Coloque o material de escrita (caneta e papel) em local visível e acrescente os produtos que vão faltando, em casa, na lista.

·         Se conhece a planta do espaço comercial / loja no qual vai fazer as suas compras, tente organizar a lista colocando no topo da lista os produtos mais pesados e no final os frescos e congelados.

·         Confirme a lista e verifique se necessita de mais algum produto que não esteja na lista.

·         Antes de sair de casa realize o seguinte exercício matemático:

·         Contabilize uma média de um euro por produto que está na lista, acrescentando um multiplicador por aqueles que são mais caros, ou somando dois ou mais artigos para aqueles que são mais baratos. Exemplo: Uma embalagem de leite (6 pacotes) contabilize: 2 pacotes a 1 € logo a embalagem de 6 unidades serão 3 euros.

·         Se pretende comprar detergente da roupa e sabe que custa uma média de 11€, neste caso irá contabilizar esse valor. Com este exercício terá uma ideia aproximada do valor que irá gastar nas suas compras. Sendo um bom auxiliar para pagamentos em dinheiro.

·         Não tenha preconceito em usar a calculadora para somar os valores dos produtos que já colocou no cesto/carrinho de compras.

·         Anexe à lista os talões de descontos, vales de desconto, cartões de pontos que pretende utilizar, de modo a não se esquecer deles.

·         Não se esqueça dos sacos para as compras. Se pretende trazer congelados leve consigo, para a loja, sacos térmicos.

2.º Quando for às compras:

·         Ir depois das refeições, evitando comprar porque temos fome ou apetece comer;

·         Se possível almoçar/jantar mais cedo e ir às compras quando a maioria das pessoas está a comer, tendo assim menos pessoas no espaço comercial, estando mais a à-vontade para comparar preços e produtos.

·         Evite levar os filhos para as compras. A maioria das crianças gosta de escolher as bolachas preferidas, o boneco que precisa pois sem ela não sobrevive, e outros gostos que só as crianças compreendem a utilidade e satisfação que delas obtêm.

·         Se tem filhos e disponibilidade durante a semana para ir às compras, vá depois de deixar os filhos na escola;

·         Se não tem possibilidade de ir às compras sem os filhos e durante a semana, tente convencer os filhos a escolher apenas um produto e determine o valor que este pode gastar nesse produto;

·         Ensine o seu filho a fazer escolhas e a identificar a utilidade que ele pode obter se escolher entre dois produtos diferentes. Exemplo: Determine um valor monetário para o seu filho comprar um produto à sua escolha (ex. 2€). Imaginemos que ele escolhe um carrinho e um pacote de bolachas de chocolate, (cujo valor ascende para 4€), tente convence-lo a escolher aquele que mais o satisfaz e traga para casa apenas um dos dois produtos ou nenhum se a escolha for difícil, verá que para a próxima ele não hesitará em escolher apenas um.

3.º Como escolher o que comprar:

·         Utilização de talões de desconto ou vales de desconto:

            Os talões ou vales de desconto devem ser utilizados quando se necessita realmente do produto, e se o produto com o desconto fica mais barato, que aquele que habitualmente compra.

·         Compare a composição química dos produtos, opte por aqueles que têm menos componentes adicionados.

            Existem superfícies comerciais que disponibilizam nos seus produtos códigos de cores para facilitar a escolha de produtos mais saudáveis.

·         Compare os produtos com base num fator comum (unidade/quilo/litro).

·         Nos frescos, opte por produtos de época pois habitualmente são mais baratos.

·         Nos congelados, coloque-os no cento/carrinho antes de se dirigir para as caixas de pagamento, devidamente acondicionados em sacos térmicos.

4.º Pagamento das compras

·         Tenha os descontos e respetivos cartões de desconto à mão, para evitar perdas de tempo, ou a não utilização.

·         Verifique a contagem na registadora, e a soma dos artigos, para evitar:

- Troca de produtos (má colocação de produtos);

            - Troca de preços (etiquetas);

            - Erros de contagem.

·         Verifique o valor a pagar na fatura-recibo.

·         Assim que for possível confirme segundo a fatura-recibo os produtos, os respetivos valores e quantidades individuais, descontos processados e valor efetivamente pago.

·         Se algo não estiver em conformidade pode reclamar, trocar ou receber o valor.

Para futura reflexão:

“Qual a funcionalidade da máquina calculadora para a economia domestica?”

B- Como gastar menos na confeção das refeições

·         Não desperdice frutas e legumes de época.

            Muitas vezes, no momento em que estes são abundantes não os aproveitamos, no entanto quando escassearem serão duas a três vezes mais caros. As frutas e legumes de época podem ser confecionados ou/e congelados para posteriores consumos. As frutas e legumes podem ser confecionados e preservados de modo a manter as suas qualidades nutritivas e conservação. Deste modo podemos confecionar a fruta em doces, compotas, marmeladas, geleias, desidratadas ou congeladas. Em relação aos vegetais podemos preservá-los em sal, em azeite, em vinagre ou congelados.

·         Congelar alimentos já confecionados permitem economizar tempo e dinheiro.

Como economizar tempo e dinheiro na confeção dos alimentos?

            Sempre que confecionar alimentos deve preparar uma grande quantidade de alimentos, desta forma estará a confecionar várias refeições. Assim sempre que não tiver tempo para cozinhar basta descongelar uma dessas refeições. O alimento deve ser retirado, de preferência, com determinada antecedência, para não desperdiçar tempo nem energia no processo de descongelação. Em simultâneo irá gastar menos dinheiro na preparação e confeção dessas refeições diárias. Poupará nos gastos correntes com na água, na luz e no gás.

Dicas para a conservação de alimentos frescos (carne, peixe, frutas e legumes):

            Congelação: O processo de congelação e refrigeração é utilizado para manter e prolongar a validade dos produtos perecíveis.

            Todos os alimentos podem ser congelados, no entanto, é necessário ter em atenção algumas regras básicas a considerar no processo de congelação.

            Ao colocar no congelador devem-se colocar os produtos em embalagens ou sacos individuais, próprios para congelação, em quantidades ótimas para uma só utilização. É preferível retirar duas embalagens pequenas de um produto do que retirar uma embalagem grande, da qual poderá não utilizar todo o produto, evitando assim o desperdício.

            Na congelação de alimentos crus deve proceder da seguinte forma: lavar os legumes ou fruta, cortá-los e prepará-los segundo o consumo para o qual estarão destinados, acondicionar e congelar.

            Exemplos: Abóbora, cenoura, tomate, frutos vermelhos, nabo, salsa e outras ervas aromáticas:

            Estes alimentos devem ser descascados, partidos em cubos pequenos, lavados e bem escorridos. Colocados em sacos individuais, próprios para congelação.

            Os alimentos congelados em cru podem ser colocados num único saco para várias utilizações, desde que, se coloquem no congelador bem escorridos ou de preferência totalmente secos (evitando que se juntem) e que ao retirarmos uma parte não se deixe descongelar a totalidade.

            Utilização: Sopas, cremes, compotas, bolos, sobremesas e refugados.

            Nem todas as frutas e legumes podem ser congelados em cru, pois cristalizam e oxidam. Para evitar a cristalização e oxidação das frutas e legumes, estas devem ser cozidas previamente. O processo de congelação é idêntico ao dos alimentos crus. No entanto estes alimentos já confecionados deverão ser congelados sempre em doses individuais em recipientes próprios e totalmente arrefecidos.

            Exemplos: Feijão-verde, batata, couve, grelos, maçã, pera, pêssego…

            Utilizar “panela de pressão” para confecionar os alimentos. Este utensilio de cozinha permite economizar tempo e dinheiro. Permite cozinhar dois pratos em simultâneo (ex. estufar carne e cozer o arroz). Devido a pressão exercida dentro da panela, esta confeciona os alimentos mais rapidamente do que uma panela normal, daí pouparmos nas despesas de gás ou luz.

Para futura reflexão:

“Qual a funcionalidade da arca frigorífica na economia doméstica?”

“Qual a funcionalidade da panela de pressão para a economia doméstica?”

C – Como gastar menos nas opções de consumo

           

·         Evitar fazer refeições fora de casa.

·         Diminuir a consumos viciantes: Café, tabaco, bebidas calorias e alcoólicas…

·         Se compra por impulso evite ir a centros comerciais.

·         Comprar vestuário, calçado e acessórios só quando necessário, no entanto:

·         Opte por comprar em épocas de saldo

·         Nunca compre no dia em que vê o bem. Vá para casa e reflita se necessita mesmo desse bem. Se sim volte para comprar

·         Elabore limites de consumo/gasto

·         Pondere o grau de satisfação que poderá obter se adquirir um bem

·         Elabore o custo de oportunidade na aquisição de um bem

D - Aplicar a noção de “saber fazer”

            Fazer pão em casa, na máquina ou à mão. Atualmente existem muitas variedades de farinha para pão, à qual apenas se necessita de acrescentar água e um pouco de óleo.

            Acrescentando o facto de não necessitarmos de sair de casa para “comprar pão”.

Fazer iogurtes, bolos, rissóis, etc.

Reutilizar restos de outras refeições. Existem várias receitas adaptadas ou improvisadas para a reutilização de alimentos. Os restos não utilizados podem ser utilizados em empadões, rissóis, bolinhos salgados, sopas, etc.

            Adaptar e reutilizar vestuário:

            Aplicar acessórios

            Adaptar à moda atual

            Adaptar para acessórios de cozinha: panos, aventais, pegas ou luvas

            Adaptar para almofadas: fronhas e enchimento;

            Adaptar para a limpeza do lar: panos do pó, casa de banho e de chão

Exercícios para a poupança:

O custo do “saber fazer” em relação ao comprar:

 1. Sabendo que a farinha para pão custa aprox. 1.50 € e que com um quilo de farinha produz um pão com aprox. 1.5 KG. Por contra partida, com 1.5€ adquire 250g de pão (13 pães), numa padaria. Qual dos métodos de adquirir pão é mais económico.

2. Para confecionar sete iogurtes caseiros necessitam de 1 litro de leite e um iogurte. Sabendo que o litro de leite custa 0.5€/lt e o iogurte custa 0.25€. Qual a opção mais económica confecionar os sete iogurtes ou adquiri-los numa loja.

3. Elabore a lista das prioridades mensais de consumos / pagamentos. Analise cada um deles e verifique se são estritamente necessários. Tem margem para a poupança?

4. Elabore a lista mensal de bens de consumos viciantes. Quanto gasta por mês nesses consumos? Qual a percentagem no total do rendimento?

5. Elabore a lista das suas compras semanais, Orçamente os artigos da lista segundo a regra de “1€ por unidade”. O valor previsional é muito distante do valor que gastou na semana anterior?